Cirurgia Oral

Controle da ansiedade no consultório

Para alguns, o tratamento odontológico ainda é motivo de medo e ansiedade. Ansiedade esta, que faz com que diversas pessoas se privem dos benefícios, e de grande melhora na qualidade de vida, apenas por razões psicológicas.

A razão da ansiedade pode estar relacionada à experiências passadas desagradáveis que o próprio indivíduo experimentou ou que algum conhecido relatou, ou pode não ter nenhuma razão lógica como ocorre nas fobias.

Com o fim de se tornar os procedimentos odontológicos uma experiência tranquila e agradável para todos, a odontologia atual incorporou ao tratamento técnicas de controle de medo e ansiedade que tornaram os procedimentos mais bem aceitos, fazendo com que mesmo os pacientes mais ansiosos e fóbicos relatem excelentes experiências.

As técnicas de controle de ansiedade variam muito dependendo do grau de ansiedade do paciente e do procedimento que será realizado. Para procedimentos odontológicos simples, a grande maioria dos pacientes se sentem tranquilos apenas com uma conversa e uma boa música ao fundo. A experiência e segurança que o profissional passa também ajuda. As técnicas de controle de ansiedade são reservadas apenas para os mais ansiosos ou fóbicos.

Já a cirurgia de sisos ou de instalação de implantes traz maior grau de ansiedade, e desta forma, a menos que o paciente não deseje, algum tipo de sedação será realizado para promover a experiência mais agradável possível.

Abaixo, listaremos as técnicas mais utilizadas, clique e saiba os detalhes:

Óxido Nitroso

Esta técnica é utilizada para procedimentos odontológicos simples. Para sua realização, é necessário que o paciente utilize uma máscara que é colocada no nariz. A partir desta máscara, os gases (óxido nitroso e oxigênio) são administrados.

A grande vantagem é a sua extrema segurança, e seu efeito rápido. Assim que se remove a máscara, o paciente já está completamente lúcido e pode até mesmo dirigir ou voltar para o trabalho. Além disso, normalmente os efeitos analgésicos fazem com que o paciente não sinta a anestesia dentária.

A desvantagem é que alguns pacientes se sentem incomodados com o uso da máscara. Para alguns procedimentos na região mais anterior e superior da boca, a máscara pode atrapalhar. A sedação é considerada superficial e, portanto, não é indicada para procedimentos cirúrgicos mais complexos.

É necessário que o dentista possua o curso de capacitação em analgesia por óxido nitroso para realização desta técnica.

Sedação Oral

Esta sedação é muito utilizada para procedimentos cirúrgicos pequenos como as extrações dos terceiros molares (dentes sisos) ou para instalação de implantes. Um comprimido que apresenta um efeito “calmante” é administrado 15 minutos antes do procedimento, deixando o paciente tranquilo e relaxado durante o tratamento.

Pela sua comodidade e simplicidade, é a técnica que nós mais utilizamos, porém, apresenta efeito variável de paciente para paciente. Embora proporcione para maioria o efeito ideal de relaxamento, em alguns poucos, a medicação quase não faz efeito.

Os pacientes precisam vir acompanhados e não podem dirigir após o procedimento. É recomendável que após o tratamento, os pacientes repousem em casa.

Sedação Venosa

Esta técnica é mais usada para cirurgias de extração de sisos, cirurgias de instalação de implantes e cirurgias orais avançadas. Porém, também pode ser utilizada para procedimentos odontológicos simples em pacientes que apresenta extrema ansiedade e fobia.

Basicamente a mesma medicação que é utilizada para a sedação oral, é administrada por via venosa. Normalmente, um anestesiologista médico é responsável pela administração da medicação e pelo conforto do paciente durante todo procedimento.

A grande diferença é que como a medicação é administrada por via venosa, o anestesiologista é capaz de reconhecer a dose ideal para cada paciente individualmente, proporcionando o máximo de conforto durante todo o procedimento.

É comum que os pacientes durmam e não se lembrem de partes do procedimento, pois a medicação tem um leve efeito de amnésia. A sedação pode ser revertida assim que o procedimento acaba e o paciente sai do consultório andando. Porém, é imprescindível que o paciente vá acompanhado e que não dirija.

Anestesia Geral

Esta é a técnica de controle máximo de ansiedade. É indicada para pacientes extremamente ansiosos ou para procedimentos cirúrgicos complexos.

A anestesia geral resulta em efeito máximo de amnésia. Isto é, o paciente não se lembra de nada relativo ao procedimento. Durante todo tratamento, o paciente “dorme” e, portanto, não interage em nenhum momento com o profissional.

A anestesia geral é realizada em ambiente hospitalar e não no consultório e, portanto, o paciente precisa ser internado. Para procedimentos simples, os pacientes saem do hospital no mesmo dia. Mesmo os pacientes saudáveis precisam fazer alguns exames antes de passarem por anestesia geral que incluem: exames de sangue, eletrocardiograma e Rx de tórax (pacientes acima de 40 anos).

Extração dos sisos e outros dentes inclusos

Sisos

Os dentes dos sisos frequentemente não dispõem de espaço nas arcadas e desta forma, muitas vezes ficam dentro dos ossos, ou abaixo da gengiva. Chamamos os dentes que não nascem de inclusos ou semi-inclusos quando rompe parcialmente a gengiva.

Estes dentes podem trazer diversos problemas tais como:

  • Infecções
  • Cárie no dente vizinho
  • Reabsorção da raiz do dente vizinho
  • Formação de cistos ou tumores
  • Apinhamento dentário (dentes desalinhados na arcada)
  • Dor de origem desconhecida

Uma vez que a chance de um destes problemas desenvolver ao longo da vida é muito grande, a extração dos sisos é indicada preventivamente.

A idade ideal é de 16-18 anos. Nesta fase provavelmente nenhum problema ainda não se desenvolveu, e a raiz do dente ainda não está toda formada, facilitando a extração.

Dentes Permanentes que não nasceram – Tracionamento de dentes inclusos

Durante a troca de dentição, eventualmente alguns dentes podem não nascer corretamente, permanecendo abaixo da gengiva devido à falta de espaço nas arcadas. A falta de espaço pode ser devido ao pequeno tamanho do osso em relação aos dentes, mas pode ser também devido a algum dente malformado, que se apresenta além da quantidade normal da dentição.

Alguns dentes, que não são tão importantes para a mastigação ou para o sorriso podem ser simplesmente extraídos. No entanto, alguns dentes importantes assim como os caninos ou os incisivos podem também estar inclusos. Neste caso, um tratamento é feito junto ao ortodontista (especialista em tratamento com aparelhos dentários) para o tracionamento destes dentes inclusos. É realizada uma cirurgia no consultório para exposição do dente abaixo da gengiva, e colagem de um dispositivo que auxilie no tracionamento deste dente para seu lugar dentro do sorriso.

A excelência deste tratamento está em dar o maior conforto possível para criança durante o procedimento, e entender as adaptações técnicas necessárias para cada caso de forma que o dente tracionado “nasça” sem nenhum problema gengival.

Gengivoplastia estética

A gengivoplastia estética é indicada normalmente quando existe a presença de sorriso gengival associado a dentes de tamanho pequeno. Isso acontece quando parte da coroa do dente fica escondida por debaixo da gengiva trazendo um aspecto do sorriso de dentes de leite.

Nestes casos, a gengivoplastia normalmente elimina o sorriso gengival e aumenta o tamanho dos dentes, criando um sorriso mais harmônico.

Tratamento da Retração Gengival

A retração gengival é um problema muito comum na população em geral. As pessoas com mais tendência a este problema são aquelas que apresentam a gengiva fina. Ao longo dos anos, a gengiva retraí e as raízes dentárias ficam expostas. Como consequência, sensibilidade dentária pode ocorrer, especialmente os dentes são expostos a alimentos gelados ou muito quentes.

A retração gengival é um problema estético-funcional. Quando não tratado, o problema pode piorar.

O tratamento requer uma cirurgia que normalmente é realizada sob anestesia local no consultório. O procedimento eleva novamente a margem gengival para a sua posição e um enxerto é utilizado para espessar o tecido e prevenir futuras retrações.